Cheias de Charme: ser pobre tá na moda

•04/16/2012 • Deixe um comentário

Poderia ser mais uma trama ambientada no Rio de Janeiro, onde os pobres fariam os papéis engraçados e coadjuvantes. Mas parece que não.

Cheias de Charme chega trazendo a ajudante de bifê, a filha da empregada, o entregador de mercadinho, o advogado que se formou graças ao ProUni, o encostado pelo seguro-saúde do INSS e o locutor de FM que é quase um parente como personagens principais, tendo os ricos servindo de pano de fundo para contar suas vidas.

A classe C e D são as que mais consomem atualmente no Brasil, segundo diversas pesquisas. E a TV Globo, do alto de sua sabedoria – a meu ver – busca essa quebra de preconceito cultural e consumista. Por que não acredito que o intuíto de um enredo como este da nova novela das 7, seja buscar identificação com as classes menos favorecidas. Os mais pobres são os maiores devoradores de novela, seja passada na beira-mar do Leblon ou no Xingú. Eles se identificariam com qualquer uma…

A idéia é – ou não, em se tratando de televisão – apresentar esta ideologia popular às classes mais bem colocadas na pirâmide social.

Um pensamento bem lógico: se a classe C e D são as que mais gastam dinheiro e as A e B passam a aceitar isso, gera-se mais oportunidades para os mais pobres gastarem mais e mais. Quando a Som Livre lançou um CD da Banda Calypso ou prepara agora o de Gaby Amarantos é por filantropia? Ou crença no talento deles?

Querem mesmo é o dinheiro da novinha que é caixa de supermercado ou do cafussú que vende antena parabólica.
A prova é tanta que a audiência da novela é medida apenas no Rio e em São Paulo…

Impossível não associar Chayenne à Joelma e Fabian a Luan Santana, por exemplo. Os novos ícones de uma cultura que se construiu na necessidade do artista e do fã e que estão alí representados.

Digo necessidade porque a partir do momento em que se vende CD ou DVD por 10 reais, aquele pedreiro, que ganha pouco mais de um salário mínimo, pode comprar um exemplar e levar pra casa. Ele, domingo no quintal ou na laje do compadre, escuta durante o churrasco. Um mês depois aquela banda está fazendo um show em um clube perto de sua casa. A galera toda do churrasco comparece. É um ciclo que vem crescendo e rendendo lucro pra todo mundo.

É o pobre que vai nos shows todo final de semana. Que liga pras rádios e compra DVD original.
A novela me surpreendeu. Os personagens me parecem não estar estereotipados. Quem conhece sabe que são daquele jeito mesmo.

Os detentores do poder começaram a compreender o real valor do lado de cá desde o o momento em que nós mesmo descobrimos isso. A autoestima do nosso povo está respingando no lado de lá.

Sem sombras de dúvidas, ser brega estar na moda. Podemos ser vistos como exóticos pelos céticos, mas o fascínio de tanta criatividade deixa cair por água abaixo qualquer tipo de preconceito cultural.

Tem algo cheirando mal nessa atualização!

•04/06/2012 • Deixe um comentário

Aproveitando a efevercência em minha corrente sanguínea e partindo do pressuposto que não tenho obrigação (neste blog) com cordialidade e meias opiniões, esse texto vai soar meio que um arroto. Um vômito, pra ser mais verdadeiro.

Manter um perfil em rede social se transformou em tarefa que sempre vem acompanhada de tensiômetros. Porque sinto que a qualquer instante minha pressão pode explodir… Tudo bem. Estamos em terra livre. Eu falo o que eu quero. Todo mundo tem direito de se manifestar como quiser.

Acontece que, como é mais fácil se expressar por palavras (às vezes até incompreensíveis), tudo aquilo em que se pensa e, jamais seria dito verbalmente, vira postagem. Ou não é?

A plataforma do Facebook, por exemplo, é como se fosse um grande lobby, onde todo mundo conversasse, interagisse e compartilhasse os mais infinitos assuntos e possibilidades de expressão. Há quem não veja assim e faça desse espaço público um diário emocional, um cronômetro vital, listando suas atividades desde passear com o cachorro a escovar os dentes.

Não que seja errado. Quem seria eu pra comensurar? Mas acho que bom senso demais nunca é veneno.

E partilho do mesmo direito de não querer ouvir os que querem falar!

Desde então, eu vivo esta rotina: cancelar subscrições de tantos “amigos” que não acrecentam em nada, nada mesmo, a este espaço de convivência pública.

Nem ao menos com uma inteligente piadinha de português ou de bixa.

Essa minha rotina de cancelar atualizações atualmente, associo ao clássico dilema dos casos de mau-hálito que se tem no cotidiano. É uma alusão paradoxal, mas há quem me compreenda…

A gente sempre tem vergonha de aletar um amigo, cujo hálito seja difícil de ser inalado. E já que ninguém diz, as pessoas acabam se afastando. Por vergonha.

É o mesmo caso: eu tenho vergonha de ir até alguém da minha rede de amigos e dizer:  “ Tuas postagens estão com mau-hálito!”

E a solução acaba sendo a mesma:  se afastar, cancelando atualizações.

Mas, quase sempre, o mau-hálito não é culpa de quem o tem. Na maioria das vezes, o dono nem sente mais. Já é fadigado a fedentina.

 

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Vai dizer que com as postagens do Facebook não é assim?

Tenho duas teorias bem taxativas e crédulas para mim: ou as pessoas fazem questão de ser incovenientes

Comumente mau-hálito é curado com creme dental. Já as postagem parece-me que produto tão superficial não dará conta. e acham engraçado ou realmente aquilo que se posta ali é, de verdade, o que sai de suas cabeças.

Talvez tudo o que eu tenha escrito aqui seja visto como baboseira também.

Mas eu é que não vou sugerir dentista e apontar halitose de ninguém. Espero que chegue uma hora em que as mãos sejam postas na consciência ou, em forma de cuia, em torno da boca e do nariz. 

O Google quer dar uma espiadinha na sua vida!

•03/10/2012 • 1 Comentário

Esse post é para aqueles que, assim como eu, nunca lêem os Termos de Acordo, Política de Aceitação seja do que for, na internet ou no dia-a-dia.

Compras, bancos, redes sociais… Nunca lí mesmo. E acredito ter carregado isso comigo como herança do tempo do papel. E, como nós sabemos, aquelas nanoletras são feitas propositalmente, pra ninguém ler mesmo.

Ocorre que uma enorme polêmica se instaura agora. O Google, detentor de quase tudo que se produz, divulga e se “pensa” virtualmente traz uma nova política de privacidade que, ao que parece, não há privacidade nenhuma.

Trocando em miúdos, o Google vai fazer algo que muitas polícias no mundo gostariam de conseguir fazer, que é reunir em um só perfil todas as informações possiveis sobre determinada pessoa. Pra isso, os dados dos usuários em 60 produtos diferentes serão armazenados sob um mesmo perfil.

Eu parei pra me perguntar o que se poderia ser feito com minhas informações on line. Descobri que o máximo que podem chegar é a direcionar propagandas para mim, de acordo com minhas preferências em páginas, vídeos que eu acesso, lugares que eu percorro, fotos que sou marcado… A cruzamento desses dados resultaria em produtos e serviços irresistíveis pra mim.

Pelo menos é o que o Google fala sobre essa nova política de privacidade.

Agora eu começo a entender a mensagem subliminar do Google+ e do Facebook , que mesmo não sendo produto Google, tem suas informações armazenadas no momento em que se usa o Google Chrome e outras parafernálias virtuais como

cookies e vários códigos de informação. Duvido muito que alguém venha se preocupando com isso. Basta analisar quantos leram o aviso da nova política de privacidade que passou semanas na página de login dos serviços Google.

Eu também não lí…

Na verdade eu acredito mesmo ser uma pessoa de sorte. Creio que eu não serei um dos rastreados, invadidos, essas coisas todas.

E mesmo se for, ficarei curioso pra ver o resultado das minhas vivências transformadas em produtos.

Espero só que não seja suvenir como porta-retratos e serviços médicos, por exemplo, do tipo Boston Medical Group.

O resto é lucro!

A Mídia matou Eloá?

•02/13/2012 • 2 Comentários

Depois de três anos, está sentado ao banco dos réus o louco que protagonizou um dos seqüestros mais emblemáticos da história recente do Brasil.

Lindemberg Alves que namorava Eloá Pimentel que era melhor amiga de Nayara. Eloá finda o relacionamento e o ciumento não aceita o fora. Os três participaram de uma tragédia televisionada que não saiu da memória coletiva.

Os dias foram passando, o criminoso não se cansava. O país acompanhava perplexo enquanto dois batalhões estavam apostos diante daquele apartamento em Santo André: Um de policiais outro de jornalistas.

A meu ver, esse seria um julgamento normal de um caso em destaque, não fossem as afirmações da advogada de defesa transferindo parte da culpa do seu cliente para a imprensa.

Claro que é o trabalho da defensora, mas dizer que Lindemberg, o assassino frio e calculista que manteve as jovens por mais de 100 horas sob ameaça de uma arma de fogo, também era vitima, é querer fazer graça diante do júri.

Vi um depoimento da defensora, onde ela acusa a espetacularização dos jornalistas e até as redes sociais de ter transtornado a cabeça do “menino” Lindemberg. Ao mesmo tempo ela se contradiz nos atos. Ridiculariza os meios de comunicação e leva como subsidio para sua defesa um filme de Hollywood.

E a participação incisiva da mídia neste caso vai além do normal. Não bastou a cobertura do seqüestro, transmissão em tempo real por dias e noites.

Agora, as matérias das emissoras serão exibidas durante o julgamento.

Entendo e respeito o trabalho da advogada de defesa do assassino, querendo reparar o grande mal feito por ele. O estranho é ela pensar que alguém vai crer que televisão e internet perturbaram uma mente já maquiavélica e doentia.

Só falta agora ela dizer que a culpa é da própria Eloá, que inventou de namorar ele.

BBB 12: Falta de transparência e sujeira pra debaixo do tapete

•01/18/2012 • 1 Comentário

Não dá pra ensinar o vigário a rezar a missa. Nem ele precisa saber.

Estratégica de marketing, contradição, precipitação e o mais foram a combinação perfeita que fez alavancar a audiência do já saturado Big Brother Brasil.

Enquanto todos que assistem e especulam o programa que, aparentemente, não tem regras, não tem um estatuto, milhares de reais são injetados nesse formato. E todo mundo tá cansando de saber disso! Acompanhar o BBB é estar sujeito aos caprichos do diretor e ver o rumo da atração mudar de acordo com suas vontades e seu humor. Uma espécie de boss show, bem mais adequado do que reality show.

Nesta 12º edição, a audiência, que caia em ritmo vertiginoso na primeira semana, foi alavancada por essa polêmica do suposto estupro.

Pensa comigo: lotam a casa de jovens e seus corpos perfeitos, exalando feromônio, fazem festas regadas a bebidas sem limites.

Há mais de uma década é assim. Não é defendendo o aproveitamento da moça frágil, indefesa, virgem e que nunca consumiu álcool. Nem pendendo pro lado do cara descolado, que viu a menina dando sopa, foi lá e crau.

É que tudo ali dentro é potencializado. Tudo na televisão é. E não creio que álcool nenhum faria alguém esquecer onde estava. Sendo acompanhado por milhares de pessoas.

Agora que o cara foi expulso da casa, mesmo com a “vítima” afirmando que não houve abuso sexual, duvido muito que a TV Globo se retrate.

Engolir o orgulho a seco não é característico do Plin Plin, principalmente quando tem sua menina dos olhos prejudicada. Ainda mais quando o acusado vinha protagonizando cenas dando fora em Bial, deixando o apresentador em saia justa.

 

Alguém teria de ser sacrificado para salvar o programa. O sortudo foi Daniel.

O que Beto Barbosa, Biafra e Falcão têm em comum?

•11/27/2011 • 1 Comentário

Tá bom. Alguém pode dizer que os três são cantores. Outros diriam que são cantores bregas. Ou até cantores bregas ultrapassados.

Mas não é bem assim.

Eles recentemente estão sendo vistos com outros olhares pelos marqueteiros no Brasil. Duvida?

Depois de deixarem o orgulho de lado e ganharem bastante dinheiro em comerciais que chegam a serem pejorativos, os três estão ganhando muito dinheiro. E nós, nos divertindo à custa de tanta coisa cafona.

É o seguinte: Biafra, cantor de grande sucesso na década de 70 e 80 – e muita gente nem sabe quem é – protagoniza um comercial de seguro de automóvel onde sua voz é tão irritante que é capaz de afugentar o pior meliante.

Falcão, à frente da campanha de uma marca salsicha, usa seus apetrechos carnavalescos de vestuário usual para chamar atenção. E esse é o ponto de exaltação no comercial, que ele também participa, sobre anúncios de classificados online.

Beto Barbosa voltou a cair nas graças do público, inclusive mais jovem, quando começou a participar das propagandas da cerveja. Em uma delas, o cara era muito brega e sem noção não por que usava roupas esquisitas, nem óculos new wave, e sim, porque era amigo de Falcão.

Os nossos publicitários descobriram a mina de ouro que é fazer graça, menosprezando talentos e identidades alheias. Só resta saber se os artistas-caricatos e semi-humilhados dos comerciais estão ganhando esse lucro todo.

Mombojó 10 Anos e os Presentes de Aniversário

•10/09/2011 • 3 Comentários

Parafraseando Fernanda Young, em algum momento, ela falou que não gostaria de conhecer seu ídolo pessoalmente. Os motivos, segundo a escritora, seria a quebra da fantasia, do encantamento ao descobrir que o ídolo é gente igual a ela.

Aquilo ficou na minha cabeça gravado desde quando ouvi. Mas, de qualquer forma, eu não deixaria esta oportunidade escapar por causa da filosofia de ninguém.

O show de 10 anos de Mombojó, em Recife, seria memorável por si só. Mas os acontecimentos que cercariam aquela noite estavam fora do alcance dos scripts e dos desejos inflamados de qualquer um.

“Deus ajuda quem cedo madruga.” Nada mais manjado e recompensador que este provérbio popular. Chegar com algumas horas de antecipação no local do show, só rendeu a mim e a minha amiga @YalliSaantos acompanhar a passagem de som da banda, em um status absolutamente exclusivo. Era de se questionar a veracidade daquilo. E as primeiras latinhas de cerveja da noite, foram regadas a 4 músicas tocadas de Mombojó pra gente. E só!

Isso, de fato, não estava previsto para a noite. O que saberíamos que ia acontecer era a visita ao camarim. E naquele momento, a teoria de Fernanda Young, pra mim, estava em partes correta.

Eles são de carne de osso.

Riem, abraçam, comem, arrotam, torcem pra time de 2ª e 4ª divisão, tiram onda…

Ter esse contato não fez a admiração passar. Ver cinco caras normais, fazendo seu som, preocupados em agradar aqueles que se predispuseram a estar ali, é algo mais nobre e generoso do que atos que alguns ditos “estrelas” geralmente fazem e são.

No momento apoteótico em que o show começou, nem mais me importava em ter perdido o CD e a camiseta que ganhei algumas horas antes… Tudo valeu à pena.

Que venham os próximos 10 anos.

Nós estaremos sempre na posição de fã, enquanto eles subirem no palco e nos justificarem o porquê dessa admiração toda.

Rock in Rio: educação mandou lembrança!

•10/03/2011 • 4 Comentários

Mais um histórico Rock in Rio acaba.

Sem sombra de dúvidas, uma das melhores e mais surpreendentes edições do Festival.

Um festival brasileiro por origem, que já aconteceu em algumas cidades do mundo, tem suas peculiaridades quando ocorre aqui.

E as semelhanças não são mera coincidência.

Pra mim, a maior atração sempre é o público.

Não adiante pirotecnia, nem cantores voando. Não importa os pout-pourri clássicos nem as homenagens emocionantes.

O público sempre é um show a parte. E o principal dele!

O que mais me chamou atenção não foi a presença de milhares de pessoas.

Não foi a presença de fãs enlouquecidos e famílias inteiras da platéia.

O que me deixou boquiaberto foi a ausência de educação e respeito desse mesmo público.

Características marcantes que só acontecem no Brasil.

Vaias e insultos aos cantores.

Ora, a programação do Festival foi divulgada há meses e quando não se gosta de uma atração, suponha-se que se saia da platéia ou procure espaço alternativo.

Mas não! O Rock in Rio no Brasil, pra mostrar que ainda é tupiniquim, necessita vaiar as atrações. Assim como aquele na década de 80…

Espero que em 2013, na próxima edição do Festival no Brasil, as pessoas estarão vivendo um novo patamar e procurem saber, com antecedência, quem estará no palco. E demonstrem, no mínimo, algum traço de educação e civilidade. Aplaudindo os que gostam ou se retirando dos que não lhes agradam. Mas antes de qualquer coisa, respeitando os que, de alguma forma, receberam o prestígio de serem convidados para subir no palco.

Um Conto Sertanejo de Fadas

•09/23/2011 • 4 Comentários

Cordel Encantado não era apenas uma novela.

Aos que tiveram o prazer e a honra de assistir essa obra de arte na TV durante tantos meses, devem estar compartilhando a mesma sensação.

Para um defensor da cultura nordestina como eu, acompanhar uma produção realizada com técnica de primeira, que carregou músicos como Luiz Gonzaga, Alceu Valença, Otto, Chico Science, Silvério Pessoa, Karina Buuh, Djavan, atores nordestinos consagrados e outros nomes que trazem nosso sangue, foi estar em êxtase a cada capítulo.

Cordel Encantado teve marcação teatral e tecnologia de cinema. Duas artes fundidas com a literatura nordestina que encheu os olhos dos críticos e telespectadores, amantes desta terra.

Novela bem escrita não precisa prolongar por meia hora ou quarenta minutos seu último capítulo para justificar suas tramas. Novela boa consegue segurar até o último capítulo o objetivo principal que movia seus protagonistas. E a referência ao casamento de Açucena e Jesuíno, como no primeiro capítulo, foi digna de aplausos para as autoras Duca Rachide e Thelma Guedes.

Essas duas que, majestosamente, conseguiram contar uma história envolvendo mundos totalmente diferentes. Conseguiram unir João Cabral de Melo Neto e Ariano Suassuna à lenda do Homem da Máscara de Ferro, por exemplo.

Novela bem escrita não tem um elenco perdido e entupido de gente, se perdendo de suas story line. Novela como Cordel Encantado, possuiu uma quantidade reduzida de personagens, mas todos bem elaborados, ricos em suas personalidades, o que possibilitou o desenvolver de uma estória com surpresas, graças e revelações a cada dia.

Um divisor de águas na história da teledramaturgia brasileira.

Sem exageros nem sombra de dúvidas. Tal qual foi Irmãos Coragem há algum tempo.

Todo mundo viu, comentou. Homens, mulheres, crianças e carcarás.

Até mesmo os que torceram o nariz. Assistiram para falar mal. Mas assistiram.

A sensação que fica é a de melancolia, porque não se sabe quando a televisão produzirá novamente algo de tamanho rebuscamento e qualidade, mesmo que para contar uma saga tão simples e bonita que a gente costuma encontrar sempre, pendurada nos varais de cordéis xilogravados e não dar muita atenção.

Para quem ainda fez meia boca, a novela se encerra com mais de 30 pontos no IBOPE, deixando uma mensagem de cunho responsável a cerca da administração pública e das políticas sociais e homenageando os grandes inspiradores e poetas cordelistas do nosso Brasil.

A Origem, Planeta dos Macacos.

•09/14/2011 • 4 Comentários

 

O ruim de ver filme dublado pela Alamo, é que eu sempre tenho a impressão de estar vendo Seiya e Shiryu diante de meus olhos, seja qual filme estiver assistindo. Mas quanto se é refém do tempo e obrigado a aceitar as condições possíveis no momento, não se pode reclamar muito.

Dublagem à parte, no último sábado consegui, finalmente, ver O Planeta dos Macacos, A Origem. E já começo dizendo que os fãs da franquia só têm o que comemorar.

Foi tudo bem roteirizado. Nada está solto…

Quem acompanha desde o primeiro longa-metragem da década de 70 e já vibrava com a temática apocalíptica que usava no máximo o Chroma Keys e máscaras de carnaval como efeito, e já ficou maravilhado na versão de Tim Burton, vai se realizar vendo essa versão que deixa um gosto de querer mais. Muito mais!

O supra-sumo dos efeitos de computação gráfica já era de se esperar. Atores interagindo virtualmente, macacos criados em computador com naipes de atuação de uma Fernanda Montenegro e Bruce Willis.

Ao ver o trailer, eu pensei que seria mais um show de efeitos hollywoodianos, do que um filme que valesse a pena recontar a saga da dominação do mundo pelos símios, confesso.

Mas não foi bem assim.

O show de efeitos especiais não ofuscou o brilhante roteiro do filme. Em quantas produções já não vimos isto? O show pirotécnico chega a ser ridículo no exagero que tentam suprir os defeitos do roteiro.

Eu pensei que seria assim com Planeta dos Macacos, A Origem. E por mais que ainda houvesse dúvidas sobre alguns pontos pra mim, que assisti a todos os anteriores, era difícil imaginar como seria contada novamente essa estória, sem ficar piegas.

Ao assistir Planeta dos Macacos, A Origem, dá pra entender e solucionar algumas questões que permaneceram em lacuna vazia durante tanto tempo. Dá pra começar a enxergar o elo que faltava nessa trama, já que parece mais um círculo do que algo com começo, meio e fim.

Eu não vou contar o final do filme.

Até mesmo por que creio que ele não se encerrar. Os filmes são, como eu disse, um circulo de narrativa, onde é preciso assistir os outros para localizar o espaço de cada um.