Deixa o Menino Cantar, Oh Iáiá

É simples, mas eu não consigo entender o que passa na cabeça deles ao subirem no palco durante a apresentação de alguém.

Justificar com o álcool consumido, a meu ver não é plausível. Quantos outros ingerem quantidades mais elevadas e nem por isso protagonizam tais bizarrices?

Pra quem ainda não captou a ira que envolve meus pensamentos, eu tô falando de certas cenas que presenciei ontem, no show de Natiruts, no Clube Português.

É fato que isso sempre aconteceu.

Não é de hoje que “fãs” sobem ao palco na tentativa de abraçar, beijar e tocar seu ídolo. Só que algo era diferente ontem.

Não sou ninguém pra nomenclaturar, nem atribuir características que possam indicar quem é ou não é fã. Eu só acredito que o mínimo de respeito se deve a um artista. Não sendo seu ídolo. Ou sendo, como supostamente eram os casos a que me reporto.

Em contraste com a falta de respeito dos que subiam ao palco, homens e mulheres, notava-se a apatia politicamente correta dos músicos, que – pelo menos pra mim, e se fosse comigo – guardavam no fundo de si, segurando pra não sair, a vontade de mete-lhes o instrumento nas costas e fazê-los descer do palco e acabar com o showzinho particular de cada um.

Tornou-se algo premeditado.

Basta perceber que tem sempre alguma amiga com a câmera apontada pro palco, exatamente no momento em que outro ajuda a subir, até o súbito instante em que o segurança vem convidar a descer do palco. É tão premeditado que basta acessar o Orkut no outro dia que as fotos estarão lá.

Pra não me ater só a particularidade dos showzinhos alternativos, falo agora do show em si. O show o qual sai de casa para ver.

Todos já acreditam que não era o mesmo Natiruts que estava ali. Também não era o público que eu costumava ver. Tiro isso pela minha própria roda de amigos. Muitos dos que, em outrora, estavam comigo diante do palco, nem sequer entraram no clube. Mas a essência que a banda guarda, digamos, conservo comigo. E acompanho sim. O último que fui ano passado, não foi tão frenético como esse. Talvez o repertório novo tenha dado uma instigada maior.

Só não aceito e reprovo a instigada desmedida daqueles que durante a execução do novo repertório subiam ao palco para dar tchauzinho. Incrível que eles só se prontificavam a tais palhaçadas nos momentos em que as músicas do Raçaman eram tocadas!                                                                                    O que eles queriam era simplesmente aparecer.

Mas agora, analisando, eu começo a entender. Eles subiam ao palco quando ouviam as músicas do novo álbum por que certamente não sabiam cantá-las. Daí subia ao palco para “abraçar o ídolo”.

Paciência…

Que tipo de fã é esse?

Crédito da Foto: http://www.orkut.com.br/Main#AlbumZoom?uid=3382042207219304878&pid=1255788609503&aid=1255762917$pid=1255788609503

~ por automidia em 10/18/2009.